Novo atacante do São Paulo vendia picolé no interior do Ceará e sonha em dar casa para avó

Durante a infância na cidade de Pedra Branca, na região dos Sertões Cearenses, o garoto Francisco Olivan Bezerra Caliope trabalhava na roça, vendia picolés e pasteis e ainda era gandula em jogos de futebol amador. Tudo para ajudar a avó a pagar o aluguel da casa onde moravam e a comprar os mantimentos para o dia a dia.
Ele acabou encontrando a solução no futebol. Virou jogador profissional, ganhou como apelido o mesmo nome do Estado de origem e vive hoje o momento mais glorioso da jovem carreira. Apadrinhado por Marcelinho Paraíba, seu companheiro no Treze e ao mesmo tempo tutor de carreira, virou aos 21 anos o novo atacante do São Paulo.

Ceará chegou à capital paulista na manhã da última quinta-feira. Emprestado pelo Treze-PB, ele ficará até o final deste ano no clube. Inicialmente defenderá o time de aspirantes.
Mas o que dá esperança ao jogador é que já há um acordo para que, caso ele se destaque, o empréstimo seja estendido por toda a próxima temporada, com o prioridade de compra para o São Paulo ao final de 2019.

Ceará acredita que conseguirá e já fez planos para transformar a vida dele e da família.
Criado pela avó
Em muitas cidades brasileiras, a expressão "criado pela avó" é usada de forma pejorativa, uma provocação geralmente associada a crianças muito mimadas e superprotegidas. No caso de Ceará a criação da avó tem outro peso.

Ele não conviveu com os pais. Foi criado pela avó e por um tio. Essa era a família dele até a adolescência.

"Eu só conheci meus pais com 18 anos, fui criado pela minha vó e pelo meu tio, que trabalhava no corte de cana para trazer sustento para casa. Tenho mais dois irmãos, um de 14 e outro de 9", disse o atacante.

A avó se chama Maria e, segundo ele relatou, ela o ajudou a ser forte, superar a dificuldade financeira e a ausência de luxo na infância. Não só o criou, mas tornou-se sua fã número um, e também maior incentivadora.

"Naquela época, eu estudava em colégio público e durante um bom tempo não tivemos nem televisão em casa. Depois, conseguimos uma e víamos bastante futebol juntos. Vi muito o São Paulo. Hoje, Minha avó, dona Maria, não perde um jogo meu quando passa na televisão. Se der ela tenta seguir até pelo rádio", disse Ceará.

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